domingo, 28 de abril de 2013

Jovens do campo terão direito a 5% dos lotes da reforma agrária.



                Os jovens do meio rural terão, a partir deste ano, 5% dos lotes da reforma agrária em todo o Brasil. Com isso, o governo espera assegurar, nos assentamentos com vinte lotes ou mais, a permanência (ou o retorno ao campo) de jovens trabalhadores rurais solteiros até 29 anos, residentes ou com origem no meio rural.“O nosso trabalho tem uma visão de acolhimento dos jovens que foram buscar conhecimento, oportunidades fora do assentamento e que depois de passar por um período de aprendizado – seja de qualificação profissional ou de vivência fora do assentamento - decidem retornar e transformar o lote da reforma agrária como seu espaço de vida e convivência com a sua família”, explica Guedes.
Segundo o presidente do Instituto de Colonização e Reforma Agrária, Carlos Guedes, a medida, estabelecida em portaria do ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, é inédita, já que estimula o fortalecimento dos laços familiares e a manutenção dessas comunidades no campo.
A portaria também trata da “sucessão rural”, e vai beneficiar jovens cujos pais tenham dois ou mais filhos e que sejam assentados ou agricultores familiares, como prioritários no assentamento em lotes vagos em decorrência de desistência, abandono ou retomada, localizados em projetos de assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O Semiárido brasileiro tem exemplo de jovens, que apesar das dificuldades impostas pelo clima, querem continuar no campo ou retornar a ele. É o caso de Sérgio Queiroz, de 26 anos, morador do Projeto de Assentamento Santo Expedito, a 87 quilômetros de Barra, na Bahia. O artesão já morou em Salvador, mas retornou ao sertão há dois anos. “A vida do campo para mim é um recomeço: onde eu moro há um cenário maravilhoso. Eu mesmo planto e consumo a minha própria plantação e tenho uma visão de crescimento muito grande. Por eu ser artesão é onde encontro todas as minhas peças. Além de tudo, tenho a tranquilidade. Apesar disso, há o sol com frequência, o calor. A gente 'briga com a natureza' para sobreviver. Na cidade há os aparelhos tecnológicos, e aqui no campo, não. É você e a natureza  direto. O agricultor tem de ter orgulho de estar nessa riqueza, não preconceito”, argumenta.

Fonte: Agência Brasil

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