Os
jovens do meio rural terão, a partir deste ano, 5% dos lotes da reforma agrária
em todo o Brasil. Com isso, o governo espera assegurar, nos assentamentos com
vinte lotes ou mais, a permanência (ou o retorno ao campo) de jovens
trabalhadores rurais solteiros até 29 anos, residentes ou com origem no meio
rural.“O nosso trabalho tem uma visão de acolhimento dos jovens que foram
buscar conhecimento, oportunidades fora do assentamento e que depois de passar
por um período de aprendizado – seja de qualificação profissional ou de
vivência fora do assentamento - decidem retornar e transformar o lote da
reforma agrária como seu espaço de vida e convivência com a sua família”,
explica Guedes.
Segundo o
presidente do Instituto de Colonização e Reforma Agrária, Carlos Guedes, a
medida, estabelecida em portaria do ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe
Vargas, é inédita, já que estimula o fortalecimento dos laços familiares e a
manutenção dessas comunidades no campo.
A portaria também trata da
“sucessão rural”, e vai beneficiar jovens cujos pais tenham dois ou mais filhos
e que sejam assentados ou agricultores familiares, como prioritários no
assentamento em lotes vagos em decorrência de desistência, abandono ou
retomada, localizados em projetos de assentamentos do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O Semiárido
brasileiro tem exemplo de jovens, que apesar das dificuldades impostas pelo
clima, querem continuar no campo ou retornar a ele. É o caso de Sérgio Queiroz,
de 26 anos, morador do Projeto de Assentamento Santo Expedito, a 87 quilômetros
de Barra, na Bahia. O artesão já morou em Salvador, mas retornou ao sertão há
dois anos. “A vida do campo para mim é um recomeço: onde eu moro há um cenário
maravilhoso. Eu mesmo planto e consumo a minha própria plantação e tenho uma
visão de crescimento muito grande. Por eu ser artesão é onde encontro todas as
minhas peças. Além de tudo, tenho a tranquilidade. Apesar disso, há o sol com
frequência, o calor. A gente 'briga com a natureza' para sobreviver. Na cidade
há os aparelhos tecnológicos, e aqui no campo, não. É você e a natureza direto. O agricultor tem de ter orgulho de
estar nessa riqueza, não preconceito”, argumenta.
Fonte: Agência Brasil
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