domingo, 8 de março de 2015

Cardozo diz que tese de que governo influenciou Lava Jato é 'inverossímil'

Foto; Reprodução/G1.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, voltou a negar neste sábado (7) que haja interferência do governo nas investigações da Operação Lava Jato. O ministro classificou como "incorreta" e "inverossímil" a possibilidade de o governo ter interferido em depoimentos que foram prestados em acordos de delação premiada firmados com o Ministério Público.
"É incorreto imaginar-se que o governo tenha influenciado, tenha colocado palavras na boca de pessoas que prestaram depoimentos na presença de membros do Ministério Público, da força-tarefa que está lá no estado do Paraná colhendo depoimentos", disse Cardozo.
                “Portanto, essa tese [de influência do governo] é absolutamente inverossímil. Só pode se justificar pelo desejo oposicionista de quem é oposição ou uma leitura equivocada dos fatos que obviamente saltam à vista de todos, por quem quer que seja. Então, eu quero frisar esse ponto, que me parece muito importante, no sentido de que jamais o governo interveio, influenciou ou fez gestões para delações premiadas”, completou.
Na sexta-feira, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de inquérito, com base em pedido da Procuradoria Geral da República para investigar 49 pessoas – das quais 47 políticos – suspeitos de participação no esquema de corrupção na Petrobras revelado pela Operação Lava Jato. Entre os nomes que serão investigados, 32 políticos são ou foram membros do PP, 7 são do PMDB, 6 do PT, 1 do PSDB e 1 do PTB.
Nesta madrugada, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - que será alvo de inquérito -, publicou em sua conta no Twitter que há "politização" e "aparelhamento" da Procuradoria Geral República (PGR). "Sabemos exatamente o jogo político que aconteceu e não dá para ficar calado sem denunciar a politização e aparelhamento da PGR. Eles estão a serviço de quem? Pelo critério do indício o PGR só será reconduzido se for da vontade do executivo", publicou Cunha.
Em entrevista neste sábado no Rio de Janeiro, Cunha chamou o esquema de corrupção na Petrobras de "lama". Questionado sobre as declaração do presidente da Câmara, o Ministro da Justiça disse que não comentará declarações de parlamentares tanto da base aliada quanto da oposição
Dilma fora da lista

Durante a coletiva de imprensa, Cardozo também citou o fato de a presidente Dilma Rousseff ter ficado de fora da lista de políticos que serão investigados. “Me parece clara a conclusão de Zavascki a partir das ponderações da procuradoria Geral da República. A presidente não teve pedida qualquer investigação porque não há fatos, não há indícios que pudessem envolvê-la em absolutamente nada nesse episódio", disse o ministro.
“Dos fatos que constam na delação premiada, não há sequer indícios que pudessem envolver a Presidente da República. Nada há a arquivar. Porque quando se tem fatos narrados que não justifiquem a abertura de inquérito, se diz: ‘arquive-se’, como foi dito em vários dos arquivamentos referidos nas decisões do ministro Teori Zavascki. Aqui ele não diz disso. Aqui ele não fala ‘arquive-se’", completou Cardozo.

**Fonte: G1

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