Foto; Reprodução/G1. |
O ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, voltou a negar neste sábado (7) que haja
interferência do governo nas investigações da Operação Lava Jato. O ministro
classificou como "incorreta" e "inverossímil" a
possibilidade de o governo ter interferido em depoimentos que foram prestados
em acordos de delação premiada firmados com o Ministério Público.
"É
incorreto imaginar-se que o governo tenha influenciado, tenha colocado palavras
na boca de pessoas que prestaram depoimentos na presença de membros do
Ministério Público, da força-tarefa que está lá no estado do Paraná colhendo
depoimentos", disse Cardozo.
“Portanto,
essa tese [de influência do governo] é absolutamente inverossímil. Só pode se
justificar pelo desejo oposicionista de quem é oposição ou uma leitura
equivocada dos fatos que obviamente saltam à vista de todos, por quem quer que
seja. Então, eu quero frisar esse ponto, que me parece muito importante, no
sentido de que jamais o governo interveio, influenciou ou fez gestões para
delações premiadas”, completou.
Na
sexta-feira, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF),
autorizou a abertura de inquérito, com base em pedido da Procuradoria Geral da
República para investigar 49 pessoas – das quais 47 políticos – suspeitos de
participação no esquema de corrupção na Petrobras revelado pela Operação Lava
Jato. Entre os nomes que serão investigados, 32 políticos são ou foram membros
do PP, 7 são do PMDB, 6 do PT, 1 do PSDB e 1 do PTB.
Nesta
madrugada, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - que será alvo de
inquérito -, publicou em sua conta no Twitter que há "politização" e
"aparelhamento" da Procuradoria Geral República (PGR). "Sabemos
exatamente o jogo político que aconteceu e não dá para ficar calado sem
denunciar a politização e aparelhamento da PGR. Eles estão a serviço de quem?
Pelo critério do indício o PGR só será reconduzido se for da vontade do
executivo", publicou Cunha.
Em entrevista
neste sábado no Rio de Janeiro, Cunha chamou o esquema de corrupção na
Petrobras de "lama". Questionado sobre as declaração do presidente da
Câmara, o Ministro da Justiça disse que não comentará declarações de
parlamentares tanto da base aliada quanto da oposição
Dilma fora da lista
Durante a
coletiva de imprensa, Cardozo também citou o fato de a presidente Dilma
Rousseff ter ficado de fora da lista de políticos que serão investigados. “Me
parece clara a conclusão de Zavascki a partir das ponderações da procuradoria
Geral da República. A presidente não teve pedida qualquer investigação porque
não há fatos, não há indícios que pudessem envolvê-la em absolutamente nada
nesse episódio", disse o ministro.
“Dos fatos que
constam na delação premiada, não há sequer indícios que pudessem envolver a
Presidente da República. Nada há a arquivar. Porque quando se tem fatos
narrados que não justifiquem a abertura de inquérito, se diz: ‘arquive-se’,
como foi dito em vários dos arquivamentos referidos nas decisões do ministro
Teori Zavascki. Aqui ele não diz disso. Aqui ele não fala ‘arquive-se’",
completou Cardozo.
**Fonte:
G1
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