Foto: EBC |
Os 60
policiais militares foram destacados para reforçar a segurança nas
penitenciárias em razão da crise prisional no estado e devem permanecer no
local por tempo indeterminado. De acordo com o governo, o efetivo está atuando
principalmente na intensificação das vistorias das celas do complexo de
Pedrinhas, que é o maior do estado. Além disso, para reforçar a segurança
noturna, a Cavalaria da Polícia Militar faz rondas constantes nos presídios. A
ação é coordenada pela Diretoria de Segurança dos Presídios do Maranhão, criada
pelo governo para aumentar a segurança interna nos estabelecimentos penitenciários.
Relatório do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), divulgado na semana passada aponta que
somente em 2013, foram registradas 60 mortes nos presídios maranhenses,
incluindo três decapitações. O documento, produzido com base em inspeções
feitas por integrantes do CNJ e do Conselho Nacional do Ministério Público,
também indica que as unidades estão "superlotadas e já não há mais
condições para manter a integridade física dos presos, seus familiares e de
quem mais frequente os presídios de Pedrinhas". De acordo com a Secretaria
Estadual de Justiça e Administração Penitenciária do Maranhão, atualmente há
2.196 detentos no local, que tem capacidade para 1.770 pessoas.
A crise
prisional no Maranhão veio à tona em outubro, quando houve uma rebelião no
Complexo de Pedrinhas, deixando nove mortos e 20 feridos. Na ocasião, a
governadora Roseana Sarney decretou estado de emergência no sistema prisional e
pediu ao Ministério da Justiça que enviasse efetivos da Força Nacional de
Segurança para garantir a segurança no presídio. Ainda em outubro, o Ministério
Público Federal e a Defensoria Pública
da União encaminharam representação ao procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, pedindo a intervenção federal na administração penitenciária do
Maranhão.
Em dezembro,
Janot solicitou à governadora informações sobre o sistema carcerário no
Maranhão para subsidiar um eventual pedido de intervenção federal no estado
devido à situação dos presídios. Na mesma época, também em razão das mortes
provocadas em 2013 por brigas entre facções rivais no Complexo Penitenciário de
Pedrinhas, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, órgão da Organização
dos Estados Americanos pediu ao governo
brasileiro a redução imediata da superlotação das penitenciárias maranhenses e
a investigação dos homicídios ocorridos.
Em nota,
divulgada em site, o governo do Maranhão reafirma que "sempre agiu em
conjunto com todos os setores que atuam na defesa dos direitos humanos e
daqueles que promovem a garantia da justiça e segurança" e enfatiza que, por
meio do Programa Viva Maranhão, o governo está investindo R$ 131 milhões na
construção e no reaparelhamento do sistema penitenciário do estado. Os recursos
servirão para equipar as unidades com armamentos, portais detectores de metal,
esteiras de raio X, estações de rádio, coletes, algemas e veículos. O
comunicado ressalta também que o sistema prisional do estado terá o reforço de
sete novos presídios e que mais dois, construídos com recursos do Departamento
Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça, estão com aproximadamente 80%
dos serviços concluídos.
**Fonte:Agência Brasil
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