Foto: Reprodução/G1 |
O Brasil e a
China lançam na madrugada desta segunda-feira (9), à 1h26, hora de Brasília, o
quarto satélite sino-brasileiro de recursos terrestres, o Cbers-3, com quatro
câmeras que vão ajudar a monitorar o território brasileiro e suas
transformações ao longo do tempo.
O satélite
será levado ao espaço pelo foguete Longa Marcha 4B, que deve decolar da base de
Taiyuan, a 760 km de Pequim, às 11h26, hora local.
O lançamento
acontece três anos após a data prevista inicialmente pelo Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais, o Inpe, de São José dos Campos (SP), que desenvolveu o
projeto em parceria com a Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (Cast, na
sigla em inglês).
Dificuldades
para criar novas tecnologias espaciais, consideradas complexas, atrasaram o
programa, segundo o diretor do Inpe, Leonel Perondi, que está no país asiático
para acompanhar o envio do satélite ao espaço.
O Cbers-3 vai
substituir um vácuo deixado pelo Cbers-2B, que encerrou suas atividades em
2010.
Desde então, o
programa sino-brasileiro ficou sem equipamentos para fornecer imagens aos
países parceiros. Também foram lançados o Cbers-1 e Cbers-2, que já não
funcionam.
Quatro
câmeras, de diferentes resoluções e capacidade de captação, vão coletar imagens
com maior qualidade de atividades agrícolas e contribuir com o monitoramento da
Amazônia, auxiliando no combate de possíveis desmatamentos ilegais e queimadas
– foco de projetos ligados também ao Ministério do Meio Ambiente, como o Prodes
e o Deter.
Se hoje o
satélite Landsat, de propriedade da agência espacial americana (Nasa), demora
16 dias para registrar toda a Amazônia brasileira, uma das câmeras do Cbers-3
conseguirá imagens do bioma em 5 dias, com uma largura de 850 km cada. Duas das
câmeras foram feitas com tecnologia 100% nacional.
“Ele vai
causar uma certa revolução em termos de análise de imagens do Brasil”, disse
José Carlos Neves Epiphanio, coordenador de aplicações do Programa Cbers.
Por dia, o
Cbers-3 dará 14 voltas na Terra, no sentido Norte-Sul. Cada volta dura 100
minutos, segundo o técnico do Inpe. A cada 26 dias, o satélite terá mapeado
totalmente o Brasil.
A produção do
equipamento custou R$ 160 milhões ao Brasil, que tem 50% de participação no
Cbers-3.
A esforço dos
dois países, segundo o Inpe, tem o objetivo de derrubar barreiras que impedem a
criação e transferência de tecnologias sensíveis impostas por países
desenvolvidos.
De acordo com
Perondi, apesar da parceria com a China, dados considerados estratégicos para o
governo brasileiro serão restritos ao governo do Brasil, assim como informações
consideradas importantes para a China serão enviadas apenas para os chineses.
“Quando o
satélite estiver sobre o país, estaremos gravando em tempo real com as quatro
câmeras operando normalmente. E quando estiver sobre a China, somente eles irão
gravar”, afirmou o diretor do Inpe.
A unidade do
Inpe instalada em Cuiabá (MT) será responsável por receber do satélite as
imagens para análise. Cerca de 200 pessoas do instituto estão envolvidas na
operação do satélite.
O equipamento
lançado na segunda terá vida útil prevista de três anos. O diretor do Inpe
confirmou também que nos próximos dois anos será desenvolvido o Cbers-4,
projeto que também deve custar R$ 160 milhões aos cofres públicos e que terá o
objetivo de substituir o novo orbitador.
**Fonte: G1
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