**Por Agência Brasil
O Tribunal de
Justiça de Goiás (TJ-GO) decretou hoje (21) nova prisão do médium João de Deus,
de 76 anos, desta vez, por posse ilegal de armas de fogo. Em operações
realizadas em endereços ligados ao médium, foram apreendidas seis armas, além
de mais de R$ 400 mil, pedras preciosas e medicamentos. "Já foi decretada
nova prisão dele pelas armas. Manifestamos ontem e já foi decretada.
Encontramos armas de uso permitido e de uso restrito. Esse crime pode levar a
pena de três a seis anos", disse o promotor Luciano Meireles. O médium
está preso preventivamente há seis dias no Complexo Prisional de Aparecida de
Goiânia, nos arredores da capital goiana, devido a denúncias de abuso sexual
durante tratamento espiritual. A defesa de João de Deus nega todas acusações.
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Foto: Reprodução/Agência Brasil |
Segundo
informações do Ministério Público Estadual de Goiás (MPGO), até o momento, o MP
já recebeu 596 contatos por e-mailsde possíveis vítimas de 15 estados no
Brasil, além de 11 de outros países: Estados Unidos (quatro), Austrália (três),
Alemanha (uma) Bélgica (uma), Bolívia (uma) e Itália (uma). Foram identificadas
255 possíveis vítimas. Entre elas, 23 tinham entre 9 e 14 anos quando teria
ocorrido o abuso. O MP já contabiliza 70 casos de abuso denunciados de vítimas
entre 19 e 67 anos. Os crimes teriam sido praticados durante atendimentos
individualizados e em locais restritos na Casa Dom Inácio de Loyola, no
município de Abadiânia.
O Ministério
Público informou que João de Deus também será denunciado por violação sexual
mediante fraude e crime de estupro de vulnerável. O médium ainda pode ser
denunciado por outros crimes a partir do prosseguimento das investigações.De
acordo com o promotor Luciano Meirales, 112 crimes estariam prescritos devido
ao fato de João de Deus ter mais 70 anos de idade. No entanto, o MP pede que as
vítimas não deixem de denunciar os abusos do médium. “O fato de o denunciado
contar hoje com mais de 70 anos de idade, o prazo prescricional corre pela
metade. Entretanto, é imprescindível que essas vítimas – mesmo as dos relatos prescritos
– sejam ouvidas, pois esses relatos servirão como prova para aqueles crimes que
não estão prescritos e a gente tem que frisar a semelhança entre os relatos.
Por isso, é muito importante que vítimas, mesmo ultrapassado o prazo de 10
anos, procurem o Ministério Público para dar mais consistência aos depoimentos
que estão sendo prestados”, afirmou Meireles.
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