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O desemprego é realidade para 11,1 milhões de pessoas no país,
resultado da crise econômica e política que afunda a produção,
paralisa o governo e deixa o país à deriva. Nesse ambiente de
destruição, o brasileiro se vale da criatividade para sobreviver.
Um novo tipo de negócio, chamado de economia compartilhada ou
colaborativa, tem sido uma alternativa cada vez mais procurada por
quem não encontra espaço no mercado formal. Mas, na informalidade,
o trabalhador não contribui para a Previdência Social, ampliando o
rombo do sistema público.
Da população ocupada, 25,6% são trabalhadores por conta própria.
Muitos fazem bicos por meio de aplicativos, que conectam quem tem
necessidade de um serviço a quem oferece a mão de obra disposta a
prestá-lo. Desempregado há mais de um ano, o técnico em
informática Jônatas Nascimento, de 28 anos, soube que um amigo
precisava de motorista. Daí para se cadastrar no Uber, aplicativo de
transporte, foi um passo. “Desde os 15 anos trabalho com carteira
assinada, mas agora não consigo me recolocar.” Jônatas não
contribui para a Previdência. “Enquanto trabalhei fichado, paguei.
Meu irmão fala para eu contribuir, mas não sobra dinheiro”,
garante.
Com José Luciano Matias, de 23 anos o processo foi o contrário.
Começou a trabalhar com o Uber para aumentar a renda. Chegou a
ganhar R$ 500 por dia. “Larguei o emprego de motorista particular.
No começo fazia de R$ 5 mil a R$ 6 mil por mês, mas hoje não ganho
mais que R$ 1,5 mil”, reclama. A queda da receita se deve à nova
política da empresa, que lançou o Uber X, categoria que oferece
corridas mais baratas. Com a redução na renda, Matias não pensa no
futuro. “A aposentadoria é uma realidade muito distante. Nem me
passa pela cabeça. Brasileiro não tem costume de guardar”,
justifica.
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