| Foto: Reprodução/G1 |
A Secretaria
da Saúde de Ribeirão Preto (SP) apura os atendimentos prestados a uma jovem de
16 anos, que morreu após ser consultada por cinco vezes em um único dia, em
três unidades de saúde da cidade. Gabriela Zafra sofreu uma parada cardíaca na
madrugada de sexta-feira (16) dentro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e a
suspeita é de que a morte tenha sido causada por meningite. A mãe da
adolescente, a diarista Fabiana Zafra, acompanhou todo o sofrimento da filha e
disse estar revoltada porque os médicos não solicitaram nenhum exame.
"Eles não trataram minha filha como ser humano."
Ainda
emocionada, Fabiana conta que Gabriela começou a sentir dor de cabeça e mal
estar na tarde de quarta-feira (14), e tomou um analgésico para conseguir
dormir. No dia seguinte, a jovem foi trabalhar, mas voltou a passar mal e então
foi levada pela mãe até à Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) Quintino
Facci II, por volta de 9h30. “Estava tudo normal”, relembra Fabiana, destacando
que a filha ficou incomodada com o tempo de espera e decidiu ir embora, após
ter passado apenas pela pré-avaliação
Preocupada com
o estado de saúde da filha, Fabiana conseguiu agendar uma consulta de urgência
em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no bairro Ribeirão Verde, onde a equipe
médica apontou suspeita de caxumba e encaminhou a adolescente à UPA. “Chegamos
por volta de 13h e só fomos atendidos às 16h45. Minha filha passava mal e
reclamava de dor de cabeça, na nuca e no pescoço. Os médicos disseram que era
torcicolo e receitaram relaxante muscular e uma injeção para dor. Eu comprei o
remédio e ela tomou.”
Em casa, a
jovem não apresentava melhora e passou a ter outros sintomas, como diarréia e
vômito. Por volta de 18h, a mãe voltou a levá-la à UPA e os médicos
apresentaram diagnóstico de intoxicação alimentar, receitando soro para
hidratação e remédio contra cólica intestinal. Mais uma vez, Gabriela recebeu
alta e voltou para casa.
| Foto: Reprodução/G1 |
Sem perceber
melhora no quadro de saúde da filha, Fabiana conta que decidiu voltar à UPA às
21h30. Ela relembra que a adolescente sentia muitas dores e chegou a deitar no
chão da unidade, então pediu aos profissionais que realizassem um hemograma
completo, mas os médicos teriam afirmado que o exame era desnecessário, pois se
tratava de uma virose.
“Quando saímos da unidade, a
Gabriela começou a passar mal no carro. Chegando em casa, eu coloquei ela no
chuveiro e o corpo dela estava cheio de manchas vermelhas. Ela desmaiou, estava
gelada. Chamei meu filho mais velho para me ajudar a carregá-la e voltamos para
a UPA. Só então que eles tentaram fazer o exame de sangue, mas já era tarde
demais. Minha menina tinha ido embora”, afirma.
Segundo a mãe,
Gabriela sofreu duas paradas cardíacas e morreu por volta de 1h40 de sexta-feira
(16). “Ela era minha amiga, minha companheira. Até quando isso vai acontecer?
Foi pura negligência, tentei salvar a vida da minha família várias vezes e
ninguém me ajudou, ninguém se importou.”
**Fonte:
G1
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