Foto:Reprodução/A tarde |
Em meio a um
cenário de insegurança energética no Brasil, sete indústrias eletrointensivas
baianas - que possuem até 40% dos seus custos de produção investidos em energia
- buscam modificar a legislação para renovar contratos de fornecimento com a
Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco).
Os contratos
da Braskem, Dow, Ferbasa, Gerdau, Mineração Caraíba, Paranapanema e Vale com a
Chesf, em modalidade cativa - com tarifas determinadas previamente e mais
baratas do que no mercado livre - vencem no dia 30 de junho de 2015. Não há a
possibilidade de renovação por meio da legislação atual.
Segundo o
presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Carlos
Gilberto Farias, se o contrato não for renovado, os custos ficariam tão
elevados que haveria a possibilidade de plantas industriais fecharem no Estado.
"Hoje essas eletrointensivas
sofreriam muito ou talvez fechassem todas, se fossem pagar o valor da energia
que está no mercado. As empresas vão reavaliar se convém ampliar suas plantas.
Algumas linhas podem fechar totalmente", diz Farias.
As sete empresas recebem energia
diretamente da Chesf e pagam R$ 110 por
MWh, em média. No último leilão de energia realizado no Brasil, em abril, o
valor comercializado no mercado livre foi de R$ 276 por MWh.
Após o fim
desses contratos, as empresas terão que comprar energia do mercado livre ou
através de concessionárias de distribuição, como a Coelba.
Representadas
pela Fieb, as empresas reivindicam a inserção de emendas na medida provisória 641/2014, que
estabelece regras para a comercialização de energia elétrica, o que permitiria
que os contratos fossem renovados.
O secretário
da Indústria da Bahia, James Correia, comentou sobre a dificuldade da emenda ser
aprovada em ano eleitoral e diz que considera o risco de fechamento das
indústrias "um blefe".
Já o senador
Walter Pinheiro (PT), quem articula as emendas à MP 641, preferiu não se
pronunciar sobre o assunto antes da reunião que terá com representantes do
setor na próxima semana.
Para o
consultor Silvio Areco, conselheiro da
Andrade & Canellas, consultoria especializada no setor energético brasileiro,
o custo de energia para as empresas poderia crescer até 50%.
"Eles vão
conseguir negociar algo em torno R$ 150
a R$ 160 MW/h. Agora não significa que eles vão ficar na rua da amargura. O
governo tem a intenção e bom senso para dar uma orientação adequada no caso dessa transição".
Juntas, as
sete empresas consomem 800 MW médios. Em termos de comparação, 800 MW/h
representam o consumo de 8 milhões de lâmpadas de 100 watts. O consumo por mês
dessas indústrias daria para abastecer uma cidade de 400 mil residências.
As indústrias não informaram o
custo total que têm com energia atualmente e quanto representaria de
acréscimo se os contratos não fossem
renovados.
**Fonte: A Tarde.
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