A
obrigatoriedade de instalação de airbag e freios ABS em todos os carros novos
foi mantida para o ano de 2014, anunciou o ministro da Fazenda, Guido Mantega,
nesta terça-feira (17), após reunião com representantes dos trabalhadores e do
setor automobilístico em Brasília.
As resoluções
311 e 312 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), ambas de 2009, que
determinam que estes itens de segurança devem ser obrigatórios já a partir do
ano que vem em todos carros fabricados no Brasil, portanto, continuam valendo.
O possível
adiamento da entrada em vigor da obrigatoriedade para 100% dos carros chegou a
ser avaliado pelo governo, segundo o Ministério da Fazenda, por conta da
preocupação com preço dos carros, além do impacto no emprego do setor
automobilístico - visto que algumas linhas de produção podem acabar.
Desde 2010, o
Contran vem aumentando gradualmente o percentual dos carros novos que devem
sair de fábrica com airbag e ABS, sistema que evita o travamento das rodas em
frenagens bruscas.
Atualmente
isso é obrigatório para 60% e o governo cogitou que no ano que vem não chegasse
aos 100%, mas a 80%.
Entretanto,
depois de discussão com representantes da indústria automobilística, a regra
que determina a obrigatoriedade para todos os carros novos já em 2014 foi
mantida.
Segundo
Mantega, o preço dos carros populares, que não contam com esses equipamentos de
segurança, vai subir de 4% a 8% no ano que vem para que eles sejam adequados. O
governo estuda ainda reduzir o imposto de importação de autopeças sem similar
nacional, para minimizar o impacto dessa medida no preço dos carros e no
emprego.
A
obrigatoriedade de airbag e ABS deve aposentar veículos que não podem ser
adaptados às exigências. Mantega diz que pediu que a indústria automotiva tente
realocar os trabalhadores que poderiam perder o emprego com o eventual
encerramento de algumas linhas. Cálculos preliminares do setor automotivo
indicam que poderia haver cerca de 4 mil demissões.
"Houve um
apelo do ministro Guido Mantega para que as empresas estejam incumbidas deste
tipo de produto que tentem realocação dos seus empregados", disse o
presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
(Anfavea), Luiz Moan. Ele não se comprometeu, entretanto, com a manutenção do
emprego no setor.
Antes de
chegar ao último exemplar fabricado, no próximo dia 31, a Kombi ganhou uma
exposição na fábrica da Volkswagen de São Bernardo do Campo.
Um dos carros
que sairiam de linha seria a Kombi, cujo fim da produção foi anunciado em
agosto passado. Porém, o ministro da Fazenda declarou que poderá haver uma
"exceção" para ela.
"A Kombi
terá de ser extinta. É onde poderá haver mais demissões. Mas poderemos criar
excepcionalidade para a Kombi. Ela não é caminhonete, não é automóvel. É a
Kombi. É um produto diferente e não tem similar. Nenhuma das empresas têm
objeção que se dê uma exceção à Kombi para que possa sobreviver mais um ou dois
anos. É algo que ainda vai ser analisado", declarou o ministro da Fazenda,
que marcou outra reunião com a indústria automobilísta na próxima semana.
"Não
aceitamos demissões e não acreditamos ser possível a absorção de trabalhadores
em outras funções ou em outras fábricas", declarou Rafael Marques,
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, após a reunião em Brasília. A
entidade defendia que a obrigatoriedade de airbag e ABS em todos veículos fosse
postergada para 2016. "A gente espera que o governo aceite a
excepcionalidade da questão da Kombi, que evitaria grandes demissões."
**Fonte:G1
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