| Foto: Reprodução/ A tarde |
Os restos
mortais do ex-presidente João Goulart, o Jango, chegou na manhã desta
quinta-feira, 14, a Brasília. A presidente Dilma Rousseff participa da
cerimônia na Base Aérea de Brasília, ao lado da viúva de Jango, Maria Tereza
Goulart. Os restos mortais foram exumados ontem, em São Borja, onde o corpo do
ex-presidente foi sepultado em 1976. A exumação foi decidida no mês passado, em
trabalho coordenado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República.
A chegada dos
restos mortais de Jango a Brasília ocorre com prestação de honras militares e
presença de altas autoridades, incluindo ministros de Estado. Estão sendo
prestadas honras de recepção, assim como ocorrerá na despedida. As honras
militares envolvem salva de 21 tiros, execução do hino nacional e condução do
esquife com os restos mortais por militares.
Goulart,
deposto em 1964 por militares que instalariam uma ditadura de 20 anos no
Brasil, morreu em 1976 vítima de um ataque cardíaco. Familiares suspeitam,
porém, que ele tenha sido envenenado. Isso será averiguado em Brasília. Haverá
trabalhos de caráter antropológico, de DNA e exames de caráter toxicológico. Ou
seja, será feito um cruzamento dos dados obtidos após a exumação com um
mapeamento de substâncias venenosas que eram usadas no Cone Sul na época. Há
peritos e observadores brasileiros e internacionais participando do processo.
Jango morreu
na Argentina em 6 de dezembro de 1976. Ele vivia em Mercedes, província de
Corrientes, vizinha do Rio Grande do Sul. Na ocasião da morte, não foi
realizada uma autópsia. O atestado de óbito cita somente o termo
"enfermedad", ou seja, "doença", como motivo da morte. Com
a exumação, o governo quer esclarecer se o ex-presidente morreu de causas
naturais, ou seja, por problemas no coração - que tem sido a versão considerada
oficial até hoje -, ou se foi vítima de envenenamento, dentro da "Operação
Condor".
**Fonte:
A Tarde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário