Para marcar o
dia nacional de mobilização contra a contratação de médicos estrangeiros sem
revalidação do diploma, cerca de 3 mil médicos fluminenses, segundo o Conselho
Regional de Medicina (Cremerj), participaram hoje (3) de um protesto em frente
à Câmara de Vereadores, no centro da cidade. A Polícia Militar, que acompanhou
toda a manifestação, considerada pacífica, estimou os participantes em cerca de
mil.
De lá, o grupo
partiu em direção à Secretaria de Saúde, na Rua México. O protesto só terminou
no Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de
Janeiro (Alerj), quando os manifestantes ocuparam toda a escadaria do local.
Além de exigirem
mudanças na rede de saúde pública, os profissionais são contra a importação de
médicos proposta pelo governo federal. Eles exigem também melhores salários e
condições de trabalho. Durante o ato, os médicos gritaram palavras de ordem e
exibiram cartazes com os dizeres "Queremos dignidade" e
"Exigimos melhorias no SUS [Sistema Único de Saúde]", entre outros.
A Rua México,
no trecho entre a Rua Araújo Porto Alegre e a Avenida Almirante Barroso, chegou
a ser interditada por volta das 12h. Os médicos também passaram pela Rua
Evaristo da Veiga, causando transtornos no trânsito da Avenida Rio Branco.
Segundo o
presidente do Sindicato dos Médicos do Rio, Jorge Darze, o debate sobre a crise
de saúde no estado foi ignorado pelas autoridades nos últimos anos. Ele
acredita que isso tenha dado abertura para que fosse cogitada a contratação de
médicos estrangeiros.
"O
governo fala muito em importar médicos, mas não fala, em nenhum momento, em dar
condições de trabalho para aqueles médicos que se sacrificam todo dia para
poder exercer sua profissão. Nós temos profissionais extremamente competentes,
não precisamos de médicos estrangeiros para que ocorra uma melhoria na saúde do
nosso país", disse Darze.
Para o
diretor-geral do Cremerj, Pablo Queimadelos, a vinda de profissionais de saúde
estrangeiros para trabalhar no Brasil é "irresponsável” e prejudicará os
pacientes. "É um absurdo querer contratar médicos estrangeiros e não
capacitar a nossa mão de obra. O povo precisa entender que isso é um verdadeiro
atentado à saúde pública do nosso país. Não vamos permitir que se contratem
médicos de outros países com um salário de até R$ 10 mil e não se invista
absolutamente nada na saúde a curto e médio prazos", disse o médico.
Apesar da
manifestação, as secretarias de Saúde do estado e do município e a
Representação do Ministério da Saúde no Rio informaram que todas as unidades
das redes funcionam normalmente e que não houve relato de falta ou interrupção
no atendimento de emergência.
O Ministério
da Saúde anunciou, no dia 25 de junho, que criará 35 mil vagas para médicos no
Sistema Único de Saúde (SUS) até 2015. De acordo com a pasta, serão contratados
profissionais que se formaram no exterior para ocupar os postos que não forem
preenchidos por médicos com diplomas brasileiros.
Fonte: Agência Brasil
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