quarta-feira, 29 de maio de 2013

Seca causa prejuízo de R$ 4,6 bi na Bahia

Foto: Reprodução/ A tarde
O prejuízo causado pela seca na Bahia em 2012, estimado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), é de R$ 4,6 bilhões. A atividade, que representa 24% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual, apresentou queda superior a 9% no ano passado.
Esses dados são parciais, segundo a Faeb.  São  estimativas realizadas a partir de informações obtidas com entidades representativas dos produtores, IBGE e Conab. Nem todas as cadeias foram analisadas, apenas as de maior impacto para o PIB agrícola.
As perdas do setor em 2013 ainda não foram calculadas. "Só vamos conseguir fazer isso após as chuvas de novembro", disse o presidente da Faeb, João Martins.
Martins acredita que o período mais dramático da seca ainda está por vir, e deve acontecer entre julho e outubro. Nem as chuvas, nas últimas semanas, foram capazes de amenizar o problema. "Elas deram garantia aos seres humanos, mas não propiciaram condições de recuperação da produção agropecuária", avaliou.
Ele estima que o Estado levará entre cinco e dez anos para se recuperar.
Entre as cadeias analisadas, a criação de bovinos, no semiárido, teve um prejuízo financeiro de R$ 640 milhões no ano passado. A produção de café arábica amargou um prejuízo de meio milhão de reais e perda de 36 mil toneladas, ou seja, 60% da produção anual.
Alguns grãos, como feijão e milho de sequeiro, tiveram queda de 90%. A  fruticultura foi uma das surpresas do levantamento. "No Vale do São Francisco a produção de uvas é irrigada, e mesmo assim  foi afetada. A insolação causou o aborto das flores da planta", disse Martins.
Projeto - Ele afirmou que a divulgação dos dados tem o intuito de conscientizar a sociedade e as autoridades da necessidade de criar um programa para o semi-árido. "O produtor está debilitado. Precisamos sinalizar para ele que o semi-árido tem futuro", disse.
Dos 266 municípios do semi-árido baiano, 255 estão em estado de emergência. As perdas  ultrapassam o setor agropecuário. Os municípios têm perdido receita, o que vem se refletindo em setores como educação, saúde e o comércio. "As cidades gravitam em torno da agricultura. Estamos vendo um verdadeiro arraso no comércio dessas cidades", afirmou Martins.
Ele acredita que a realização de obras municipais pode ser uma alternativa para amenizar a crise na região, gerando empregos para os habitantes dos municípios, através da construção de pequenas barragens e barramentos de  rios.

Com as perdas no campo, o êxodo rural  pode crescer. "A Bahia tem 4,5 milhões de pessoas atuando no campo e o semi-árido reúne quase três milhões delas", observa João Martins.
*Informações: A tarde

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