Foto: Reprodução/ A tarde |
O prejuízo
causado pela seca na Bahia em 2012, estimado pela Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), é de R$ 4,6 bilhões. A atividade, que
representa 24% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual, apresentou queda
superior a 9% no ano passado.
Esses dados
são parciais, segundo a Faeb. São estimativas realizadas a partir de
informações obtidas com entidades representativas dos produtores, IBGE e Conab.
Nem todas as cadeias foram analisadas, apenas as de maior impacto para o PIB
agrícola.
As perdas do
setor em 2013 ainda não foram calculadas. "Só vamos conseguir fazer isso
após as chuvas de novembro", disse o presidente da Faeb, João Martins.
Martins
acredita que o período mais dramático da seca ainda está por vir, e deve
acontecer entre julho e outubro. Nem as chuvas, nas últimas semanas, foram
capazes de amenizar o problema. "Elas deram garantia aos seres humanos,
mas não propiciaram condições de recuperação da produção agropecuária",
avaliou.
Ele estima que
o Estado levará entre cinco e dez anos para se recuperar.
Entre as
cadeias analisadas, a criação de bovinos, no semiárido, teve um prejuízo
financeiro de R$ 640 milhões no ano passado. A produção de café arábica amargou
um prejuízo de meio milhão de reais e perda de 36 mil toneladas, ou seja, 60%
da produção anual.
Alguns grãos,
como feijão e milho de sequeiro, tiveram queda de 90%. A fruticultura foi uma das surpresas do
levantamento. "No Vale do São Francisco a produção de uvas é irrigada, e
mesmo assim foi afetada. A insolação
causou o aborto das flores da planta", disse Martins.
Projeto - Ele
afirmou que a divulgação dos dados tem o intuito de conscientizar a sociedade e
as autoridades da necessidade de criar um programa para o semi-árido. "O
produtor está debilitado. Precisamos sinalizar para ele que o semi-árido tem
futuro", disse.
Dos 266
municípios do semi-árido baiano, 255 estão em estado de emergência. As
perdas ultrapassam o setor agropecuário.
Os municípios têm perdido receita, o que vem se refletindo em setores como
educação, saúde e o comércio. "As cidades gravitam em torno da
agricultura. Estamos vendo um verdadeiro arraso no comércio dessas
cidades", afirmou Martins.
Ele acredita
que a realização de obras municipais pode ser uma alternativa para amenizar a
crise na região, gerando empregos para os habitantes dos municípios, através da
construção de pequenas barragens e barramentos de rios.
Com as perdas
no campo, o êxodo rural pode crescer.
"A Bahia tem 4,5 milhões de pessoas atuando no campo e o semi-árido reúne
quase três milhões delas", observa João Martins.
*Informações: A tarde
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