Uma pesquisa feita para avaliar os impactos do
Programa Bolsa Família nas taxas de mortalidade infantil mostra redução de 17%
na mortalidade de crianças menores de 5 anos, entre 2004 e 2009. A pesquisa foi
feita com dados de cerca de 50% dos municípios brasileiros e revela que o
programa contribuiu, principalmente, para a redução dos óbitos em decorrência
da desnutrição. A pesquisa registra que o Programa Saúde da Família também
contribuiu para a queda dos números.
Os dados apontam que a condicionalidade
do Bolsa Família de determinar que as crianças estejam com o cartão de
vacinação em dia foi um ponto importante, já que aumentou a cobertura de
imunização contra doenças como sarampo e pólio. O aumento da renda das famílias
beneficiadas, que ampliaram o acesso a alimentos e bens relacionados à saúde,
também é citado. Esses fatores foram destacados pela ministra do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.
“O Bolsa Família melhorou a alimentação
das mães. Os estudos mostram que as família se dedicam a comprar comida com
esses recursos e isso já é um elemento de alteração do padrão de vida da
criança. Ter acompanhamento pré-natal também contribui muito porque a criança
já é cuidada antes mesmo de nascer”, disse.
A pesquisa aponta que o Programa Saúde
da Família, que oferece atenção básica à saúde, teve papel na redução da
mortalidade causada por doenças como diarreia e infecções respiratórias. A
redução no número de grávidas que davam à luz sem receber atendimento pré-natal
também foi registrada pela pesquisa.
“Os dois programas se complementam para
evitar o adoecimento das crianças na primeira infância. É importante observar
como uma pequena quantia de dinheiro pode ter tamanho benefício em relação à
mortalidade infantil”, avaliou Maurício Barreto, mestre em saúde comunitária e
titular em epidemiologia do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal
da Bahia (UFBA).
A pesquisa foi conduzida pelo mestre em
saúde comunitária da UFBA, Davide Rasella, com a participação de pesquisadores
da instituição. Os resultados foram publicados pela revista The Lancet,
periódico científico da área de saúde, com sede no Reino Unido.
*Informações: Agência Brasil

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