A Lei de Acesso à Informação
completa hoje (16) um ano em vigor com avanços na área de gestão e
transparência de informações públicas. Mesmo vinculando os Três Poderes
inseridos em todos os níveis da federação – municipal, estadual e Federal – a
plena aplicação da norma em todo o país ainda é um objetivo distante.
Levantamento da
Controladoria-Geral da União (CGU) aponta que, até o início do ano, a Lei de
Acesso estava regulamentada em apenas 12 estados: Bahia, Ceará, Espírito Santo,
Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande
do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Em relação aos
253 municípios com população superior a 100 mil habitantes, a norma foi
regulamentada em apenas 8%. Segundo a CGU, 37% das capitais estão nesta
situação: Rio Branco, Manaus, Brasília, Vitória, Belo Horizonte, Campo Grande,
Belém, Rio de Janeiro, Florianópolis e São Paulo.
Somente na
esfera federal, onde houve maior envolvimento com a elaboração e aprovação da
lei em 2011, Executivo, Legislativo e Judiciário (considerados apenas os
tribunais superiores) registram cerca de 120 mil demandas no último ano. O
Executivo foi o que mais motivou participação social, com 87,1 mil pedidos.
“Pudemos observar
avanços neste primeiro ano, especialmente em relação ao processamento de
pedidos de informação. A responsividade dos órgãos públicos é maior, o prazo de
resposta em geral é menor e, em alguns casos, foram criados sistemas
eletrônicos que facilitam muito a vida do cidadão”, analisa Paula Martins,
diretora na América do Sul da organização não governamental (ONG) Artigo 19,
que atua em diversos países e defende a liberdade de expressão e de informação.
Mesmo com a
resposta favorável do aparelho estatal, especialistas avaliam que a lei
prescinde de um órgão nacional independente, com abrangência interpoderes, para
reunir informações e fiscalizar o cumprimento da norma.
“O ideal seria
a Lei de Acesso determinar um órgão para fazer a fiscalização e ver como seria
seguida essa norma, como existe no Chile e no México. Sem esse órgão é difícil
falar em implementação adequada em todas as esferas e âmbitos”, analisa o
coordenador da área de acesso à informação da Artigo 19, Alexandre Andrade
Sampaio.
*Informações:
Agência Brasil
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